sexta-feira, 29 de maio de 2020

Conversa com Capiau



O Sinhô observe!
Pois nestas terras, o que se plantando dá!
Às vezes nem isso,
Basta semente cair no chão,
encontrar a terra,
que  já é caso de amor
Ai, pergunto eu!
Vou fazer caso de o Sinhô tê mais dinheiro que eu?
De vosmicê ter prédios e empresas?
Se aqui nesse cujo momento,
Nóis sumô da mesma semente semelhança!
Oio nos zóios do cê e mi vejo! Pasme só!
Boca, nariz, dente, braços, pernas, tudo igual...
Inté a dor de amar a gente num tem?
E pode isso, de nossa amizade certa, fazê deu um inferior a o cê?
Si num nascemo tudo ingual feitio, das entranhas de uma mué?
Do dito cujo de nossos pais? (risadas)
Ai pergunto eu,
Da nossa amizade de anos:
Posso eu que tenho minhas fazendas de terras,
Me assoberbar de um matuto que aqui dentro mora,
Num arrumadinho de minhas posses,
Humilde, di coração baum,
Se nos acertos da Terra, no fim justo, vamo nois tudim pro mesmo lugar?
Arré!
E quem é presidente?
Que nem sabe deu!
Nem sabe do doutor!
E que dirá de José, que aqui trabalha, a chuva e sol?
Quem é presidente, que findo mandato nessas Terras,
Com mandos e desmandos,
Há de dormir igual nois tudo em solo frio e gelado...

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